Broken Age Act 2 é um adventure Point and Click (apontar e clicar), da Double Fine, produtora de Tim Schafer, que foi designer de clássicos como Grim Fandango. Disponível para PC, PlayStation 4, Ouya,PS Vita, Android e iOS, o game completa a sua aventura com um segundo ato. Confira a análise.
Segundo ato de Broken Age marca mudança drástica no roteiro (Foto: Reprodução / Dario Coutinho)
De "coisa de criança" para ficção científica
Broken Age perde um pouco do humor e da graciosidade da introdução. Ao invés de brincadeiras e mistério, o plot, que já foi quase todo revelado no final da primeira parte do jogo, toma um ar um pouco mais sério, quando é revelado o que o lobo Marek realmente é.
O segundo ato começa imediatamente e da mesma forma que o primeiro: com a tela dividida. O jogador precisa escolher qual personagem jogar. Dessa vez, as coisas se invertem. Shay está no “mundo” de Vella, e ela, na “espaçonave” de Shay.
A nave que antes era "coisa de criança" é o palco de enredo estilo "Star Trek" (Foto: Reprodução / Dario Coutinho)
Entretanto, há um longo caminho para percorrer até que esses personagens possam se reencontrar novamente. Isso pode ser uma decepção para quem espera um rápido desenrolar da história. Curiosamente, esse “desenrolar” existe, mas com pouca história e muitos puzzles para estender a jogabilidade.
Desnecessariamente complexo
Apesar de algumas passagens monótonas, o primeiro ato de Broken Age é quase perfeito, com boa apresentação, dublagem impecável - com direito a astros de Hollywood - e o estilo de história imaginativa digno da Double Fine. A primeira parte do jogo é arte pura.
Alguns enigmas podem causar frustração de tão chatos (Foto: Reprodução / Dario Coutinho)
Porém, ao iniciar o segundo ato, o jogador verá uma diferença notável, não apenas na parte do enredo, mas também na jogabilidade. Isso porque essa parte contém mais puzzles, algo bastante solicitado pelos jogadores. Mas isso não é necessariamente algo positivo.
A quantidade de puzzles não chega a incomodar, mas sim a maneira como eles são solucionados. A maioria dos quebra-cabeças exigem que você volte inúmeras vezes às localizações já visitadas. É algo que remete a outro problema presente neste segundo ato: há poucos novos lugares para explorar.
A diferença entre os capítulos fica mais evidente para quem vai começar a jogar e comprou o game completo com os dois atos juntos. Logo após concluir a primeira parte da aventura, que é bastante charmosa, o segundo ato quase leva tudo a perder com enigmas enfadonhos.
A possibilidade de alternar entre Shay e Vella apenas deixará os enigmas ainda mais confusos (Foto: Reprodução/Dário Coutinho)
Puzzles, como os “laços” e os “cabos de energia”, podem fazer qualquer jogador desistir. Como Broken Age é classificado para todas as idades, o fato de não possuir legendas ou dublagem em português já é um ponto negativo.
Cuidado com o que você deseja
Uma das principais críticas dos jogadores foi a falta de puzzles mais elaborados. Neste segundo ato, o jogo está repleto deles, e, com isso, a história até “engasga” em alguns momentos.
Por exemplo, no puzzle onde você deve levar Marek para um quarto e aprisioná-lo, o jogador pode “bugar” o evento ao clicar sem querer na sala onde a mãe de Shay está. Outro exemplo é o quebra-cabeça dos fios para o supercondutor. Não há nenhuma dica de como solucionar o enigma, que é diferente para cada save. Assim, solucionar esse enigma torna-se uma tarefa titânica e, ao mesmo tempo, enfadonha.
Muito mais sombrio, a segunda parte de Broken Age até muda a classificação do jogo (Foto: Reprodução / Dario Coutinho)
Quando foi anunciado, muitos gamers aclamaram a ideia imaginativa do jogo, que foi responsável por uma das campanhas mais bem sucedidas no site de crowfunding Kickstater, chegando a ultrapassar a marca de três milhões de dólares. Ao iniciar o desenvolvimento, a produtora convidou celebridades para a dublagem, como o ator Elijah Wood (Senhor dos Anéis) e Jack Black.
Depois de iniciar o desenvolvimento do game, a Double Fine se envolveu em uma polêmica ao solicitar mais dinheiro para terminá-lo, que deveria ter ficado pronto em 2014, mas só foi finalizado em 2015.
Conclusão
Apesar da boa apresentação, dublagem impecável e direção de arte belíssima, Broken Age Act 2 decepciona. Com uma quantidade exagerada de puzzles, o jogador acaba perdendo tempo revisitando a mesma localização dezenas de vezes.
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