Xbox One é o novo console da Microsoft que chega com a tarefa de suceder o popular Xbox 360. Com um hardware poderoso, joystick aperfeiçoado e diversas novas funções, o aparelho procura ocupar um lugar ambicioso na sua sala de estar – o centro. Leia a análise completa:
Xbox One (Foto: Matheus Vasconcellos/ TechTudo)
Supresa no fundo da caixa
Depois de escavar por acessórios, fios e folhetos, lá está o Xbox One, posicionado no fundo da caixa. O console vem bem embalado e protegido por estruturas de isopor, que evitam danos durante o transporte.
A caixa ainda acompanha um controle (já com pilhas), o novo sensor Kinect 2.0, headset, cabo HDMI, fonte e cabo de força. Os itens são acomodados cuidadosamente em uma espécie de tampa da caixa, que esconde o console e alguns folhetos de instruções e um código de teste para a Xbox Live.
Xbox One (Foto: Matheus Vasconcellos/ TechTudo)
O console, design e estilo
Uma caixa grande, preta e retangular. À primeira vista, o Xbox One parece um tanto desajeitado e sem graça. Com um acabamento metade black piano, metade fosco, medidas avantajadas e a vibe retrô, o console lembra insistentemente um arcaico videocassete.
O aparelho vem equipado com um disco rígido de 500GB e antena wi-fi interna, além de um leitor de Blu-Ray que funciona tanto para jogos quanto para filmes no formato. O drive é localizado do lado esquerdo da face do console e “engole” os discos, diferente da gaveta mecânica do Xbox 360. A parte frontal ainda tem um botão on/off touch, iluminado de branco enquanto o console está ligado.
O corpo em plástico é coberto por saídas de ar, posicionadas na parte superior e dos lados direito e esquerdo. A parte traseira conta com as portas de energia, audio digital, internet, USB, Kinect e entrada e saída HDMI. O lado esquerdo também traz outra porta USB de fácil acesso.
Xbox One (Foto: Matheus Vasconcellos/ TechTudo)
A interface interativa
Depois de devidamente ligado e configurado, o Xbox One exibe o seu menu, muito parecido com a última versão da dashboard do Xbox 360, inspirada no Windows 8. Entre os pequenos quadrados e retângulos de cores personalizáveis, estão espalhados jogos, aplicativos, configurações e todas as outras opções do console.
O login de usuário pode ser feito tanto manualmente quanto pelo Kinect, que reconhece o rosto do jogado e o recebe com calorosas boas vindas. O sistema funciona com bastante efetividade, e exibe as últimas atividades do jogador logado, assim como preferências de cor e posicionamento das tiles.
A navegação pelos quadrinhos usando o controle é rápida e intuitiva. O cursor é movido com as setas ou direcional analógico e as seleções são feitas com o botão A. Com os botões de ombro também é possível navegar pelas abas do menu.
Dash do Xbox One (Foto: Reprodução / Murilo Molina)
O único problema é que por várias vezes o jogador deve ficar perdido entre a bagunça de ícones espalhados pelo menu. Como a posição dos quadrinhos é definida automaticamente em relação aos últimos usados, tarefas simples podem se tornar mais confusas e demoradas do que de costume.
O Kinect 2.0
Todos os Xbox One são acompanhados do novo Kinect, o que permitiu que a Microsoft trabalhasse com a certeza de que todos poderiam se valer das funções atribuídas ao sensor.
Um robusto sistema de comandos de voz permite que praticamente tudo no console seja controlado sem o uso do joystick. Ligar, acessar jogos, reproduzir músicas e até fazer pesquisas na internet, tudo pode ser executado dizendo “Xbox”, seguido da ação a ser realizada.
A captação de audio do dispositivo, quando bem configurada, é bastante sensível e responsiva. O problema é quando ruídos interferem no reconhecimento dos comandos. Latidos de cachorros, barulho de carros e até mesmo o som de um ventilador podem tornar o sistema de voz bastante instável.
Xbox One (Foto: Matheus Vasconcellos/ TechTudo)
O Kinect também traz uma bela câmera Full HD e com grande campo de visão. Além do uso em games, também é possível usá-la em chamadas do Skype, ou mesmo para gravar a galera jogando e adicionar a um vídeo.
Nos testes o sensor se mostrou mais preciso e rápido do que a versão anterior do Kinect. O lag na reprodução de movimentos foi diminuído drasticamente, assim como os chatos problemas de reconhecimento e posicionamento da antiga versão.
Kinect agora conta com uma câmera de resolução maior (Foto: Reprodução / Murilo Molina)
O novo controle 40 vezes modificado
O Xbox One também ganhou um novo controle. Claramente inspirado no super-popular controle do Xbox 360, o novo joystick traz boas mudanças em relação ao modelo anterior.
A principal novidade está nos gatilhos, que agora têm um sistema de vibração dedicado. Apesar de ainda não ter sido muito usado na primeira leva de games do console, o feedback ajuda na imersão durante as partidas, especialmente em jogos de tiro e corrida.
Um ponto polêmico foi a volta das pilhas como alimentação do controle. Apesar de baratas e fáceis de encontrar, é um tanto desconfortável ter de abrir o controle para trocar as baterias, enquanto controles da última geração já podiam ser recarregados pelo próprio console.
Controle do Xbox One (Foto: Matheus Vasconcellos/ TechTudo)
O desempenho do console
Logo que o usuário começa a navegar pelos menus, jogos e aplicativos do console, o que mais chama a atenção é a velocidade e facilidade com que o sistema executa as tarefas. Equipado com um processador de oito núcleos e 8GB de RAM, o Xbox One sobra em desempenho.
É possível, por exemplo, sair de um jogo em andamento, abrir o Netflix, assistir a um filme inteiro, e retornar para o jogo exatamente de onde havia parado, sem precisar carregar menus, saves ou mesmo passar por qualquer tela de loading.
A troca entre os jogos e aplicativos aberta não demora mais de três segundos, e é incrivelmente confortável quando realizada com um comando de voz do Kinect, que dispensa a navegação por menus.
Xbox One (Foto: Matheus Vasconcellos/ TechTudo)
O console também se destaca na velocidade com que liga e desliga. Durante os testes, foi possível ligar o console em pouco mais de 15 segundos. Caso habilitada a opção de stand-by, o One desperta em questão de segundos, direto para o jogo ou app onde estava.
Apesar de poderoso, o console é bastante silencioso, e permanece relativamente frio durante a maior parte do tempo. Em alguns momentos (especialmente durante jogos), foi possível reparar em um aumento na temperatura do console, mas nada preocupante.
Os jogos exclusivos
A primeira safra de games de um console quase nunca diz respeito à sua real capacidade, mas a Microsoft trabalhou para tornar o lineup de lançamento agradável para os jogadores.
Games como Ryse: Son of Rome e Forza Motorsport 5 já mostram o poder do console desde o primeiro dia, com belíssimos gráficos e opções variadas. Dead Rising 3 testa o processamento do One ao colocar milhares de zumbis na tela sem quedas importantes de rendimento.
Atmosfera de Ryse poderia funcionar em adaptação de O Imperador. (Foto: Divulgação)
O console também recebeu dezenas de títulos multiplataforma, que rodam com fluidez no sistema. Apesar disso, é impossível não tocar nos problemas de games como Call of Duty: Ghosts, que roda com resolução inferior à vista no concorrente Playstation 4.
Os jogos precisam ser instalados inteiramente no disco rígido do console, o que gera preocupações em relação ao espaço, já que alguns games passam da casa dos 40GB. O processo de instalação é lento e chato, mas pelo menos oferece a possibilidade de jogar depois de certa porcentagem, enquanto o console termina a tarefa.
Imagens de Forza Motorsport 5 mostram novos carros e circuitos (Foto: Divulgação)
A Xbox Live
A rede online Xbox Live continua sendo uma das maiores apostas da empresa para o sucesso do console. Com mais de 300.000 servidores dedicados, a rede promete ainda mais estabilidade para os jogadores.
Apesar de funcionar normalmente sem uma conexão com a internet, o console é claramente feito para rodar com os serviços da nuvem. Jogos salvos, configurações e até conquistas são ligados às conexões com o servidor, que prometem ajudar no processamento do console.
A Live ainda requer uma assinatura mensal, que custa R$ 15 e garante acesso a partidas online e uso de aplicativos como Netflix. Com a adesão da Sony ao sistema de cobrança pelos serviços online, é complicado reclamar da quantia, especialmente com os substanciais descontos concedidos para assinaturas anuais.
Xbox Live também disponibiliza games para aquisição online (Foto: Reprodução / TechTudo)
A loja online de games também parece ter amadurecido com a chegada do One. Logo no primeiro dia de lançamento, todos os títulos já podiam ser comprados diretamente pela Xbox Live e baixados para o HD do console. Os preços são salgados, ficando na casa dos R$ 199 para a maioria dos títulos.
Os downloads são notavelmente rápidos e pouco problemáticos, mas nada podem fazer pelos quase 50GB de cada game. Também é oferecida a possibilidade de começar a jogar depois de certa porcentagem do download.
Ainda existe uma boa oferta de apps para download. As opções vão desde os serviços de streaming Netflix e Sky Online até aplicativos dos sites Youtube e Machinima.
Xbox Live conta com diversos aplicativos (Foto: Reprodução / Murilo Molina)
A parte multimidia
Apesar de ter como principal alvo os fãs de videogames, a Microsoft tem como ambição tornar o Xbox One o centro da sala de estar. Para isso, interação com a TV, música e internet fazem parte do leque de opções do console.
Na entrada HDMI é possível ligar o receptor da sua TV a cabo, fazendo da troca entre videogame e canais muito mais fácil e rápida. Com a conexão efetuada, basta dizer “Xbox, assistir tv” para que o console troque a imagem do game pela do canal de tv.
Infelizmente, nem todas as funções já estão disponíveis no Brasil. Em outros países é possível até mesmo trocar os canais usando o Kinect, o que depende de uma comunicação entre o receptor e o console.Com isso é possível, por exemplo, estar assistindo o jogo do seu time e conversando com um amigo pelo chat da Live, ou mesmo jogando e vendo TV ao mesmo tempo.
Os amantes da música também podem ouvir seus artistas e bandas favoritos no aplicativo Xbox Music, que funciona pela internet. Para uso ilimitado, porém, é necessário pagar por uma assinatura.
O Xbox One também acompanha uma versão otimizada do Internet Explorer, que dá conta da navegação em sites. O navegador deu um considerável salto de qualidade em relação à versão do 360, melhorando bastante a experiência.
IE no Xbox One (Foto: Reprodução / Murilo Molina)
Apps e funções
Uma das melhores adições ao sistema foi o DVR de jogos, uma ferramenta que permite que os jogadores capturem pequenos vídeos dos games e façam upload dos arquivos diretamente do console.
Para a alegria dos adeptos da cultura “Youtuber”, é possível editar vídeos com diversos efeitos, adição de comentários e até vídeo simultâneo, capturado com a incrível câmera do Kinect.
Game DVR da Xbox Live (Foto: Reprodução / Murilo Molina)
O Xbox One ainda se reserva o direito de capturar automaticamente pequenos trailers dos momentos em que o jogador consegue conquistas ou feitos notáveis. Em uma partida de FIFA 14, por exemplo, grandes defesas, golaços ou belos dribles serão imortalizados com um vídeo, que pode ser publicado no Facebook, Youtube ou salvo via Skydrive.
Um feed parecido com o do Facebook mostra as atividades dos seus amigos, que vão desde iniciar um jogo e desbloquear uma conquista até publicar um vídeo. É possível seguir e ser seguido por jogadores, que receberão as suas novidades em forma de notificação.
Feed mostra todas as últimas ações no console (Foto: Reprodução / Murilo Molina)
Conclusão
Com o preço sugerido de R$ 2,299, o Xbox One chega como uma boa opção para os jogadores que têm sede pelas novidades da nova geração. Com uma boa variedade de jogos bons de bonitos, funções sociais avançadas e interação com a televisão, o console é uma ótima maneira de iniciar a nova era dos videogames.