Diablo 3: Reaper of Souls está cada vez mais próximo. A expansão está na fase final de dublagem e localização para o português do Brasil. Nessa quinta (20), Ricardo Juarez, voz escolhida para o novo personagem chamado Cruzado, Márcio Simões, o conhecido Tyrael, e o diretor de dublagem, Gustavo Nader se reuniram para gravar um teaser promocional sobre o Cruzado e conversar sobre o game. Confira.
Da esquerda para a direta: Ricardo Juarez, o Cruzado, Márcio Simões, o Tyrael, e Gustavo Nader, diretor da dublagem de Diablo 3: Reaper of Souls (Foto: Matheus Vasconcellos/ TechTudo)
Ricardo Juarez, que também empresta sua voz para conhecidos personagens como Kratos, de God of War, Marius Titus em Ryse: Son of Rome e Draven, de League of Legends diz que o processo de localização em game é um pouco mais complicado que no cinema. “Na dublagem, tanto em cinema quanto para a televisão, temos a imagem que é a referência para o que está acontecendo na cena. Em jogos isso não existe. A direção de dublagem ajuda a construir toda a ambientação do que está acontecendo enquanto estamos gravando. Essa é a principal diferença”.
Mas, para todo problema existe uma solução. Márcio Simões tem papéis importantes no cinema como: Will Smith, Samuel L. Jackson e o Gênio do clássico Alladin. Nos games seus papéis mais conhecidos são o Sinestro e Coringa em Injustice: Gods Among Us, Fiddlesticks e Shaco de League of Legends. O ator conta que desenvolveu uma técnica para usar nos games. “Já que não temos nenhuma imagem, costumo dizer que eu aprendi a dublar ondas sonoras. Eu vejo no programa de edição aquelas ‘ondinhas’ e sei quando fazer uma inflexão mais grave ou mais suave. É uma técnica exclusiva dos games”. Porém, a falta da imagem não é um grande problema. Como a animação é feita em cima do áudio, o texto pode ser um pouco mais alongado e não há tanto problema.
Gustavo Nader, se mostrou ser um fã antigo da série, e revela que jogou todos os games da franquia. O dublador, além de ter dirigido a localização de World of Warcraft, Starcraft 2, faz as vozes de Leonard deThe Big Bang Theory e Ned de South Park. Ele conta que por ser apaixonado pelo game consegue ajudar ambientação da cena. “Nós conversamos muito, conto a história de tudo que está acontecendo nesse universo, o que levou o personagem até aquele momento, faço uma breve retrospectiva do que aconteceu nos jogos anteriores e mostro quem é o Diablo, suas motivações e etc. No caso do Márcio Simões, que faz o Tyrael, falo muito sobre o Conselho Angiris, do qual ele não faz mais parte”. Nader diz que gosta de se aprofundar na mitologia do jogo, explicar bastante o passado, o presente e o que torna o personagem especial, ele diz que só assim é possível chegar a um consenso de qual voz é melhor para a obra como um todo.
Márcio Simões dá a voz ao Coringa e ao Sinestro em Injustice: Gods among Us (Foto: Matheus Vasconcellos/ TechTudo)
A escolha das vozes
“Vamos gravando lentamente até encontrarmos a voz do personagem”, conta Gustavo Nader. Depois de ter encontrado o ideal, os dubladores começam a testar inflexões de voz de acordo com os momentos do game. E para escolher os atores, Nader diz que procurou pelo que o mercado tem de melhor. “Eles são as referências do mercado, tanto do Rio quanto em São Paulo, e tenho muito prazer em trabalhar com eles”.
Nader conta que não participou diretamente dos testes para Diablo 3, mas tinha uma referência muito clara sobre Márcio Simões por causa de seu trabalho como Morpheus, de Matrix. “Quando eu vi o Tyrael, percebi que tinha alguma inspiração no personagem de Matrix. Pensei logo no Márcio. Sempre que estou dirigindo alguma obra e vejo um personagem imagino um ator que conheço e eu acabo ficando com isso na cabeça”. Quando Gustavo Nader viu o Cruzado e leu as características do novo herói pensou em Ricardo Juarez e logo fez o contato. “Nosso time está funcionando muito bem”.
Importância da localização dos games
“O jogo é um clássico e tem milhares de fãs”, conta Ricardo Juarez lembrando que dublar o game é muito delicado. Gustavo Nader diz que a falta da preocupação com o sincronismo ajuda o ator a interpretar melhor as vozes. “É possível fazer uma frase que originalmente em inglês tem 3 segundos e fazê-la em 6 caso seja necessário enfatizar alguma coisa”. O diretor de dublagem conta que a maior intenção é emocionar os jogadores, para que ele veja que as coisas estão acontecendo de verdade.
Ricardo Juarez empresta sua voz ao Kratos, de God of War, Marius Titus, em Ryse: Son of Rome e Draven de League of Legends (Foto: Matheus Vasconcellos/ TechTudo)
Porém, para que o jogador consiga imergir no game é preciso que o conteúdo seja mais do que apenas emoção. O texto precisa ser de fácil compreensão e de uma linguagem acessível a todos. Ricardo Juarez diz que é necessário escolher muito bem as palavras para que o jogo não pareça dublado, e sim um jogo brasileiro. Esse é um processo colaborativo, durante toda a gravação atores, editores de áudio e o diretor discutem o texto procurando palavras melhores, que não soem estranhas ou que possam causar duplo sentido. “É um trabalho de equipe”, afirma Nader.
“O trabalho é artesanal e nós não temos pressa para gravar. Às vezes demoramos 6, 7 até 8 minutos em uma única fala só para alcançar a emoção necessária para a voz. Por isso a aprovação dos fãs é tão grande” afirma Ricardo Juarez lembrando que Diablo 3 tem 98% de comentários positivos sobre a localização. “A dublagem só é bem feita se você não perceber que está dublado. Se alguma coisa incomoda ao jogador é porque não está bom. Quando no filme parece que todos estão falando português naturalmente é sinal de um ótimo trabalho”, diz Márcio. Diablo 3: Reaper of Souls será lançado mundialmente no dia 25 de março.
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