Drácula perderá poderes em "Castlevania: LoS 2", diz produtor; entrevista
UOL Jogos já testou "Castlevania: Lords of Shadow 2", mas ainda assim algumas dúvidas sobre o que esperar do jogo e do seu roteiro ficaram no ar.
Uma delas era sobre a possibilidade de jogarmos até o fim com todos os poderes de vampiro da versão demoníaca de Gabriel Belmont, mas, segundo os produtores, assim como já aconteceu com Alucard (de “Symphony of the Night”), Gabriel também perderá seus poderes em algum momento da nova trama.
Além disso, o produtor Dave Cox e um dos 'cabeças' da MercurySteam, Enric Alvarez, comentaram sobre a polêmica comparação com "God of War" e mostraram bom-humor ao admitir que seu jogo já nasceu como um “spoiler” para os que ainda não terminaram o primeiro game. Veja:
UOL Jogos: Como é fazer para anunciar um game que já é apresentado como um grande spoiler do primeiro jogo?
Enric Alvarez: Ainda hoje notamos que muitos jogadores estão experimentando o primeiro jogo, então nós estamos soltando um inevitável spoiler. Claro, isso dá uma certa vergonha, mas, da mesma forma, precisávamos retomar a história que ficou para trás, então eu diria que isso é um spoiler 'bem-vindo'. (risos).
UOL: O que muda na entrada de um Drácula no lugar de um heroi em busca de sua amada?
Alvarez: Desde o começo, Gabriel já conta com os seus poderes de vampiro. Ele pode sugar sangue dos inimigos e usar poderes demoníacos.
Ao mesmo tempo, precisamos atentar vocês sobre a diferença básica entre o Gabriel Belmont do primeiro jogo e o Drácula desse game. A diferença entre os dois é bem clara, mesmo que eles sejam em tese o mesmo personagem. E isso muda muita coisa na mecânica.
Como o jogo é todo baseado no roteiro, não podemos falar muito mais sobre isso para não correr o risco de soltar ainda mais spoilers.
UOL: Quais são as grandes novidades de "Lords of Shadow 2" em relação ao primeiro jogo?
Dave Cox: Acredito que não estamos falando de uma típica sequência do primeiro "Lords of Shadow", mas de uma experiência única e muito diferente do que já vimos.
As características principais são do ponto de vista da mecânica, a câmera livre, os cenários muito maiores e com mais pontos para se explorar, o novo sistema de combos e a forma como você pode melhorar as armas. Isso tudo deixou o jogo ainda mais profundo do que o primeiro, mesmo que os pontos cruciais o deixem familiar aos fãs do game anterior.
Alvarez: Quem jogou o primeiro título notou que ele era muito linear. Agora, com a câmera livre, você tem mais liberdade para explorar os cenários, já que eles estão também maiores.
UOL: Notamos que as partes de plataformas são bem difíceis...
Cox: Na verdade, nós optamos por melhorar as partes de plataformas e deixá-las mais constantes. E você tem mais liberdade para escalar lugares, ir a locais mais distantes e explorar mais cada canto. Isso não havia antes, então os desafios também ficam maiores.
UOL: E esse novo Drácula, quais foram as suas inspirações para criá-lo? Ele é bem diferente do design japonês dos "Castlevania" originais...
Alvarez: Isso é uma coisa interessante. Esse Drácula teria que ser diferente, afinal, ele é basicamente o Gabriel Belmont, mas com um algo a mais.
Pensamos em Dráculas antigos de várias mídias universais, como o Drácula de Bram Stoker, o do filme do Coppola. Ao mesmo tempo, essa caracterização dele ficou natural, afinal, já tínhamos a visão do personagem antes de se tornar o príncipe das trevas.
UOL: Adoramos a parte em que o soldado diz "die, monster, you don't belong in this world". Há outras citações de games antigos além dessa?
Alvarez: Ficamos preocupados, claro, em colocar referências a antigos "Castlevanias", desde que entre no contexto e faça sentido. Ao criar o personagem, sempre pensamos em como deixá-lo único, e incluir essa frase foi uma forma de destacá-lo, pois sabíamos que o publico iria gostar, mas temos outras coisas bem bacanas que fazem referência aos jogos antigos.
UOL: Há quem julgue o primeiro jogo como um "God of War" de vampiros. Vocês concordam com isso? Pensaram nisso ao desenvolver o segundo jogo?
Cox: Eu penso que isso não faz sentido, pois ambos são 'hack n' slash', compartilham o mesmo gênero. É como generalizar todos os jogos de tiro e chamá-los de cópias de "Call of Duty". Isso é ridículo.
Penso especialmente que 'Lords of Shadow 2' é muito diferente, pois temos uma câmera livre, temos um mapa mais vasto, aberto para explorar. O combate é muito diferente também, tirando a arma principal que é similar por ser um chicote, mas temos combos e poderes distintos.
Alvarez: Comparações com "God of War" são normais, fazem parte do mesmo gênero, mas quando a pessoa faz um texto generalizando os dois como um só eu defino isso como um tipo de jornalismo preguiçoso, descompromissado. Eu entendo, esse é o caminho mais fácil para comparar, mas acaba tirando os méritos dos jogos analisados. Não penso que os jogadores prestem muita atenção nisso. Se temos tantas diferenças para enaltecer, porque não focarmos nelas e esquecermos as similaridades, que são poucas? Isso eu não entendo...
UOL: Na demo, nós testamos duas armas diferentes. Quantas mais teremos no jogo final?
Cox: No primeiro jogo tínhamos apenas uma arma. Dessa vez, teremos três armas principais. O interessante é que você pode usá-las em combinação, iniciando movimentos com uma arma e completando com as demais.
UOL: Assim como o Alucard de "Symphony of the Night", o Drácula de "Lords of Shadow 2" também perderá seus poderes?
Cox: Sim, perderá.
UOL: E em qual momento isso vai acontecer?
Alvarez: Não podemos dizer isso agora. Há um risco muito grande em contarmos essas coisas, não queremos criar mais spoilers, ok? (risos)