Rise of the Triad é um jogo que foi originalmente lançado em 1994 e hoje retorna com um remake completo para PCs. O título ganhou gráficos em 3D, teve sua jogabilidade revisada, mas mantém o clima canastrão de sua história e personagens. Saiba o que agradou e o que decepcionou no game.
Um filme dos anos 80
Rise of the Triad tem aquela velha história que lembra um verdadeiro filme de ação dos anos 80, com direito a explosões, mocinhos de cara limpa, vilões nazistas e muito, mas muito sangue jorrando. A história do original também era assim, então a intenção foi a de manter o original intacto neste quesito.
Tudo envolve o grupo HUNT, ou melhor, High-risk United Nations Task-force. Formado por homens e mulheres com habilidades de combate, o grupo parte em direção a uma ilha, onde uma missão secreta deve ser realizada. O problema é que eles são descobertos logo na chegada e precisam lidar com o problema.
Todo o desenvolvimento da história lembra um filme do tipo “Sessão da Tarde”, focado na aventura e ação, mas deixando a profundidade do lado. O que conta aqui é estourar nazistas, que estão, por algum motivo não explicado, espalhados pela ilha. Mas é claro que a história é o que menos importa em um game onde o exagero está sempre presente na jogabilidade.
Exageros explosivos
A jogabilidade também se mantém bem fiel à proposta do jogo original, mas com algumas mudanças básicas. Um dos personagens pode ser escolhido para realizar as missões, mas eles pouco variam entre si, a não ser pelas armas inicias ou pela velocidade ao percorrer os cenários. De resto é com o jogador: mire e acerte os inimigos antes que eles te acertem, é basicamente só disso.
Isso é bom e ao mesmo tempo é ruim. Bom no sentido de que, desta forma, o game passa todo aquele clima do original, que já tem quase 20 anos, com direito a uma jogabilidade um pouco mais travada do que a maioria dos FPS modernos. Contudo, ao mesmo tempo pode ser ruim, por tornar o jogo quase intragável para quem não curtiu o primeiro, ou nunca teve a oportunidade de jogá-lo.
No total, 20 níveis estão disponíveis, mas com uma dificuldade elevadíssima. A dificuldade não é algo que atrapalhe ou possa ser considerado um ponto negativo, mas com a jogabilidade se mantendo fiel à original, fica difícil se frustrar em alguns momentos.
Ao menos, é possível dizer que alguns elementos “das antigas” se mantiveram de forma positiva. É o caso dos segredos escondidos nas fases. Portas escondidas em locais bizarros, paredes invisíveis e outros segredos inexplicáveis estão estão espalhados pela ilha, para serem encontrados pelos mais obstinados, já que alguns destes segredos são extraordinariamente sem sentido. Mais um elemento do charme “old school” do jogo.
Porém, o jogo parece não se decidir. Em alguns momentos quer se manter fiel ao clássico, mas em outros apela para uma abordagem mais moderna. Por exemplo: não há como salvar em qualquer lugar. Vire-se para sobreviver até o checkpoint mais próximo e gravar seu progresso ou morra e volte uma fase quase inteira, um martírio que não combina com os jogos modernos. Já por outro lado, o título traz um modo multiplayer, influência de franquias recentes.
Gráficos e multiplayer
Para completar o pacote, apesar de ser uma produção mais simples e humilde do que um remake completo pediria, o novo Rise of the Triad inclui um multiplayer. O modo traz modalidades clássicas, como Deathmatch, Team Deathmatch e Capture the Flag.
Não há muito o que dizer sobre os gráficos a não ser por um único termo: básicos. O jogo não é tão bonito quanto deveria ser, principalmente por utilizar o motor gráfico Unreal Engine 3, mas ainda assim não é uma afronta aos olhos. O título, na verdade, está mal otimizado, já que exige bastante do computador e não roda em máquinas mais modestas – algo que não é comum em games que usam o Unreal 3.
Conclusão
Rise of the Triad é um jogo indeciso. Apesar de ser um remake de um clássico cult dos anos 90, o título de vez em quando aposta no público novo, mas em sua maioria é mais voltado para os fãs das antigas. Por conta disso, a jogabilidade, história e gráficos são um pouco engessados demais, mas podem ser aproveitados por quem jogou a versão original. Para os jogadores novatos, porém, será uma tortuosa experiência.
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