Deadfall Adventures é o novo jogo de ação em primeira pessoa da Nordic Games. Lançado para PC e Xbox 360, o game mistura elementos de diversos blockbusters, mas fracassa ao tentar entregar uma experiência cinematográfica, além da grave falta de carisma. Leia o review completo:
Tudo e nada
Natan Drake perdido no universo de Indiana Jones, segurando a lanterna de Alan Wake e enfrentando os zumbis de Call of Duty: World at War. Você provavelmente nunca imaginou nenhuma cena remotamente parecida com essa.
Pois a Nordic Games pensou em tudo isso e resolveu colocar todos os elementos em um FPS cheio de piadinhas, trilha sonora épica e problemas sérios de desempenho. O resultado não foi dos melhores.
Deadfall Adventures conta a história de Lee Quatermain, um aventureiro que segue os passos de um dos seus ancestrais, em uma jornada pelo Panamá, afim de encontrar fragmentos de um artefato que pertenceu aos nazistas.
A missão, por sua vez, não será fácil. Múmias, monstros, explosões e a péssima jogabilidade são constantes adversários para o herói, que pode usar armas, granadas e facadas para liberar o caminho pelos cenários.
Nos modos de jogo, além da campanha principal, Deadfall Adventures tem um modo multiplayer simples e a opção Survival, onde é necessário enfrentar ondas de inimigos, cada vez mais perigosos.
Aventureiro ruim de mira
Apesar de seguir um caminho relativamente seguro, a jogabilidade de Deadfall Adventures consegue arruinar a expediência quase por si só. Mesmo sem inventar grandes novidades, os comandos são imprecisos, como se houvesse um delay entre o controle e as ações na tela.
Tarefas banais como mirar em um inimigo tendem a se tornar impossíveis, já que o jogo dispensa qualquer sistema de mira automática. Para piorar, o botão de mira vem configurado para ficar ativado permanentemente depois de um toque.
As cenas de ação são pontuadas por puzzles no melhor estilo Uncharted. A dificuldade dos desafios pode ser configurada no início do jogo, abrindo a porta para jogadores menos experientes ou pacientes. A função, no entanto, não era necessária, já que as soluções dos quebra-cabeças costumam ser bastante óbvias e simples.
Lee ainda tem a ajuda de uma espécie de diário de seu velho parente, exatamente como em Uncharted. Com ele é possível conferir dicas de como passar pelos desafios, assim como na escolha de caminhos a seguir.
Em praticamente cada canto escuro dos cenários estão escondidos pequenos itens. Além de colecionáveis, os artefatos podem ser usados para tornar o personagem mais forte, com novas habilidades e melhorias.
A campanha do jogo é arrastada se tornando absolutamente previsível depois de mais ou menos uma hora de jogo. A variação entre tiroteio e quebra-cabeças torna complicado se concentrar em uma das coisas.
Apresentação borrada
Os cenários do jogo são uma mistura entre os tons de cor de Uncharted com os filmes de Indiana Jones. O visual das paisagens não é nada mal, mas carece de mais vida e variedade.
Texturas borradas, demora no carregamento e modelagem ruim, mesmo para os principais personagens, dão um ar ainda mais genérico ao jogo. Há também graves problemas com o desempenho, que cai drásticamente depois de qualquer movimentação incomum na tela, como estátuas caindo e até inimigos em bando.
A parte sonora não ajuda a melhorar o clima, pelo contrario, sons de passos, tiros e ambiente parecem ter um eco desnecessário que os desconecta totalmente dos cenários.
A dublagem dos personagens também é fraca e sem carisma. A insistência em imitar a personalidade de Nathan Drake, de Uncharted, transforma o personagem em um dos mais chatos e genéricos dos últimos tempos.
Conclusão
Deadfall Adventures é o típico jogo onde os desenvolvedores se focaram mais em copiar do que criar algo novo. Campanha sem sal, cenários vazios, jogabilidade terrível e parte audiovisual problemática eliminam quase que completamente as chances de sucesso do game. Passe longe.
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